Na sexta passada, dia 28 de junho, tive a oportunidade de ir dar uma palestra no Ministério do Turismo. Tratamos de desafios e oportunidades de melhorias em projetos ligados a turismo e sustentabilidade, especialmente em relação a editais e termos de referência. A minha palestra fez parte de um programa de formação dos servidores do órgão, chamado "Sextas do Saber". Esta iniciativa, que parte do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico (DEAOT), é muito interessante e tem compromisso com a formação continuada no Mtur.
Vários questionamentos interessantes foram colocados pelos técnicos, que compartilham de angústias e vontade de fazer melhor. Já pude observar vários passos que o Mtur tem dado em favor de construir projetos melhores e mais inclusivos. Uma das iniciativas, em andamento neste momento, é a alocação de recurso dentro dos projetos para que os técnicos possam estabelecer maior interlocução com os executores e, assim, melhorar a qualidade do projeto, dos resultados, da alocação do recurso e da prestação de contas. Isso pode garantir um maior atendimento de demandas locais legítimas, uma maior descentralização de recursos, ao lado de um controle interessante dos recursos públicos.
Outras indagações muito inspiradoras disseram respeito ao foco dos projetos em processos e não em resultados, um dos desafios expostos por mim. Alguns técnicos percebem isso no seu dia-a-dia e se perguntam como mudar esta realidade. Uma das possibilidades levantadas por mim é o estabelecimento de indicadores de desempenho ligados ao resultado e não somente aos processos internos. Como exemplo: em um projeto de inclusão social por meio da geração de renda, não é suficiente relatar ao Mtur quantas oficinas foram feitas. Isso é processo. O que interessa é monitorar resultados (critérios coerentes com o objetivo do projeto: inserção no mercado, acréscimo de renda, melhoria de qualidade de vida, índices de educação, impactos na família, etc) em prazos determinados (3 meses, 6 meses, 1 ano, etc). Quais as grandes dificuldades? Estabelecer os critérios para cada objetivo do projeto, decidir quem define estes indicadores, acumular conhecimento a respeito de indicadores e computar tempo e recurso do projeto para o monitoramento - um período (de curto a longo prazo) para aferir os resultados. Sabemos porque estas barreiras são um pouco difíceis de serem superadas e estas razões perpassam conhecimento técnico e vontade política. Mas para isso pode haver uma parceria com a academia.
Diversas foram as pontes antevistas entre universidades federais e o Mtur. Imensas são as potencialidades.
O que posso afirmar é que o diálogo é interessante e que isso ajudar a perceber quais as interações que são muito frutíferas entre a academia e os executores de planos e políticas públicas. Espero que mais momentos com este possam nos aproximar e nos fazer trabalhar em conjunto.
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