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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Estratégias de Turismo na Austrália e na Nova Zelândia: "não queremos maior número de turistas estrangeiros"

Diversos livros sobre políticas públicas de turismo mostram que um dos maiores objetivos dos países ao fazerem uma política nacional de turismo é aumentar o fluxo de turistas internacionais.

Podemos ver em muitos planos nacionais em que este é o principal objetivo, ou pelo menos, o objetivo que vem em primeiro lugar. Pensar em aumentar a quantidade de turistas para depois pensar em estruturar melhor os destinos e promover aspectos como responsabilidade e inclusão. Aqui vemos a velha lógica de "primeiro crescer o bolo para depois dividir".

O novo PNT (2013-2016) do Brasill traz como seu primeiro objetivo (ao menos na ordem de listagem), a ampliação do número de turistas internacionais para 7,9 milhões até 2016, mas também trata do aumento da qualidade em metas subsequentes.

O Japão em seu plano tem metas ainda mais arrojadas de ampliação: passar de cerca de 8 milhões de turistas estrangeiros por ano (em 2012), para 25 milhões até  2025. Inclusive, o plano do Japão tem políticas para  comunicar que o país permite viagens de baixo orçamento e independentes, estimulando um segmento ainda pequeno da demanda que poderia levar a este crescimento na quantidade de turistas.

No entanto, esta não é verdade para todos os planos de turismo de países por aí: Austrália e Nova Zelândia são exemplos de países que mandam a mensagem: "não queremos mais turistas estrangeiros, queremos aumentar seus gastos".

Como pode ser visto aqui, o planejamento de turismo pelo estado de New South Wales (onde fica Sydney, cidade mais cosmopolita e maior centro de atração turística da Austrália), afirma que eles querem dobrar os gastos de seus visitantes internacionais, mas não aumentar o número de pessoas. Nem mesmo se fala em aumentar o número de noites no destino, apenas dos gastos.

Já a Nova Zelândia, veja no link, comunica que tem o plano de incrementar sua economia do turismo internacional em 70% em 10 anos, sem buscar aumento de número de turistas. Ou seja, quer ampliar os gastos, sem atrair uma quantidade maior de pessoas.

Parece um caminho interessante para aqueles que já alcançaram um certo patamar de visitação e de maturidade da atividade turística, junto com uma visão clara do que querem oferecer e para quem. O lado para o qual temos que nos atentar é o risco de estreitar excessivamente o foco de um destino (no caso, especialmente de dois destinos com apelo para um público jovem e mais aventureiro), abrindo-o apenas para um turismo de altos gastos, sem compor esta demanda de um modo mais diversificado e inclusivo a outros grupos.

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