Iniciada em 2007, a pesquisa surgiu a partir de trabalhos da autora no local, tais como a Avaliação Ambiental Estratégica da Costa Norte e o projeto Turismo Sustentável, ambos desenvolvidos junto ao Ministério do Turismo.
O fortalecimento do roteiro, que agora possui o nome comercial marcante de Rota das Emoções, faz parte da implementação da política pública de regionalização do turismo no Brasil. Esta política busca pensar além dos limites dos destinos turísticos mais tradicionais, buscando envolver empresas e disseminar benefícios do turismo ao longo de um trajeto mais amplo.
O roteiro tem sido alvo de muitas das pesquisas do nosso grupo LETS, da UnB, em função de várias características que apresenta:
- ser objeto de políticas públicas de desenvolvimento de turismo
- receber o intenso programa de fomento à cooperação entre empresas realizado pelo Sebrae,
- possuir atratividade regional, nacional e internacional,
- ser conformada por destinos em diferentes etapas de seu ciclo de vida,
- combinar grandes atrativos naturais com os dilemas de gestão de áreas protegidas,
- apresentar desafios para inclusão de sua população e a busca por melhorias na qualidade de vida das pessoas.
A primeira parte da pesquisa, deu origem a minha tese de Doutorado, defendida no ano de 2009, e que foi premiada pela FGV e pelo Mtur em 2010. A pesquisa bastante extensa. Envolveu 213 empresas ligadas ao turismo na região com a intenção de compreender a articulação existente entre cooperação e conflitos na busca por um turismo mais sustentável.
Agora, uma segunda etapa foi desenvolvida entre 2010 e 2012, financiada pelo Cnpq. Esta etapa buscou contato com as 10 empresas "estrelas" da rede de cooperação identificada em cada localidade âncora do roteiro: Barreirinhas, Parnaíba e Jericoacoara. Ou seja, as empresas mais citadas como parceiras por outras empresas do roteiro foram procuradas para se aprofundar o entendimento sobre a cooperação entre elas, os fatores que a influenciam e seus resultados. Para isso, foram feitas visitas às três cidades entre novembro de 2011 a agosto de 2012. 30 empresas foram contactadas e 28 delas aceitaram participar da entrevista.
Hoje encerro em Parnaíba a coleta de dados desta etapa. E aproveito para agradecer a todos os empresários que se dispuseram a colaborar com suas ricas informações, experiências e reflexões. Não citarei todos aqui porque não pedi autorização para isso. Portanto, preferirei manter o sigilo sobre os nomes das empresas.
Agradeço também aos colegas que me acompanharam a campo, especialmente ao professor David Bouças da UFMA e João Paulo Tasso da UnB.
Agora é hora de nos debruçarmos sobre os dados, a fim de chegar a conclusões que possam ser úteis para a continuidade da estruturação da Rota das Emoções, de outros roteiros integrados e da política pública que fomenta APLs e a cooperação entre pequenas empresas. Em seguida, vamos divulgar estes resultados para que possam ser conhecidos nacional e internacionalmente.
Afinal, muito há que se compreender sobre os mecanismos e engrenagens da cooperação entre pequenas empresas, já que este é um caminho que vários destinos - no Brasil e no exterior - tem buscado construir para o fortalecimento de seu desenvolvimento e de sua competitividade.
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