Dentro do escopo do Projeto Gentour, conduzido pela Universidade de Aveiro, desenvolvemos uma pesquisa sobre a realidades das mulheres em posições gerenciais na hotelaria de Brasília.
Esta é uma temática crescente na academia internacional e ainda iniciante no Brasil. Pudemos perceber que no Brasíl a discussão do gênero ainda está muito restrita à questão do turismo sexual e da imagem da mulher associada à divulgação de destinos. Questões extremamente relevantes, mas que cobrem apenas pare da complexidade da temática.
Pouco são os estudos que se dedicam a compreender outros aspectos tais como a inserção da mulher no mercado de trabalho do setor de turismo, as políticas públicas setoriais que façam a ligação transversal com a temática do gênero, as políticas organizacionais de empresas do turismo que apoiam as mulheres em sua carreira e vida pessoal, as barreiras para a ascensão a cargos gerenciais por parte das mulheres.
Desta forma, a fim de suprir esta lacuna e enfrentar tais questões, Rafaela Vieira, estudante do curso de Gestão de Negócios em Turismo do CET, realizou sua pesquisa sob minha orientação desde janeiro de 2012. O trabalho será defendido nesta semana e será transformado em artigos para eventos e revistas.
A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo, com entrevistas semi-estruturadas. As respondentes eram mulheres em posições gerenciais em três redes de hotéis com diferentes alcances - uma local, uma regional e uma internacional. Estas redes foram escolhidas para que se pudesse ampliar o espectro de comparação e de entendimento acerca de distintas vivências organizacionais.
Os resultados mostram divergência com a base conceitual, que mostrava a situação difícil imposta às mulheres para progredir na carreira e a desvantagem em relação aos homens, quando competindo no mercado de trabalho por posições de destaque.
As entrevistadas, em sua maioria, eram casadas e tinham filhos. Elas mostraram que existem algumas difiiculdades para conciliar vida pessoal e trabalho em função da grande carga de trabalho. No entanto, não se sentem prejudicadas por serem mulheres, e muitas consideram esta visão de desvantagens perante os homens ultrapassada.
O estudo, em sua íntegra, será disponibilizado em breve neste blog.
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