O tema de turismo em favelas interessa a quem pensa na relação turismo - sustentabilidade, especialmente, pela perspectiva de inclusão socioeconômica da população destes espaços urbanos na dinâmica do turismo.
O tema é extremamente recente e relativamente pouco explorado no Brasil. No entanto, temos esforços sólidos ligados aos estudos de Bianca Freire-Medeiros, o nome nacional de referência quando se fala no tema. Bianca é autora do livro Gringo na Laje, que traz
um frescor para reflexão do turismo responsável e sustentável. Revigora a
discussão, ainda mais por não se ancorar nos termos politicamente corretos, não
se proteger por trás deles ao discutir a pobreza como atração turística e a favela
como “novo” destino turístico. O livro merece um post específico com uma resenha, a ser postada na semana que vem aqui no blog.
O “universo
paralelo” da favela oferece um insumo muito valioso para entender o que
transcorre no pé do morro e nos países de origem dos gringos: a vontade e a
propensão a pagar para viver uma experiência genuína de contato com o local
exótico e suas pessoas – pobres, no caso – próprio da economia da experiência
já antevista por tantos. Este turista interessado em ver mais do que os cartões
postais e as paisagens arrumadas nos ajuda também a verificar a materialização da
profecia de um novo perfil de turistas.
Atualmente, há também esforços da doutoranda norte-americana Jéssica Aquino, estudante em intercâmbio conosco durante o ano de 2012, que estuda a visão dos moradores de favelas do Rio de Janeiro a respeito do impactos e das percepções acerca do turismo realizado por voluntários, comparando-o com os turistas que visitam por lazer. Os resultados prévios foram apresentados no encontro da ANPTUR de 2012, em São Paulo e serão publicado na semana que vem aqui neste blog.
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