Em continuação ao tópico anterior, vou comentar alguns aspectos interessantes podem ser vistos nos planos japoneses:
- a decisão de atrair 8 milhões de turistas até 2020 - os planos de lá são de longo prazo. Para se ter noção,, atualmente, o Japão atrai cerca de 6 milhões (o Brasil atrai cerca de 5,3 mihões). Depois do terremoto e do problema nuclear houve uma grande redução da demanda internacional, mas já houve um imenso esforço e uma recuperação considerável no último ano.
- a noção de que eles já dispõe de infra-estrutura instalada que comportaria um fluxo bastante maior do que recebem hoje. Afinal, os trens, as estações, os aeroportos, e a mobilidade como um todo, são excepcionais. Como exemplo, uma das ações de estímulo que eles utilizaram para atração de fluxo e valorização da malha ferroviária que já tinham foi a oferta do JR Pass. Este é um passe para estrangeiros que querem visitar o Japão e que deve ser adquirido no seu país de origem. Ele dá um desconto significativo no valor das passagens (que são caras) e deve ser pago pelo número de dias que o turista pretende ficar. É uma estratégia impactante e que permite a difusão deste fluxo no país, em lugar da concentração.
- eles perceberam que precisam estimular o turismo doméstico. Um dos obstáculos percebidos é o fato de que a cultura japonesa é voltada para o trabalho e não o lazer. Assim, os japoneses tiram apenas um dia de folga remunerada, em média, por ano (como um feriado, por exemplo). Uma das políticas prevê a negociação de feriados prolongados e a mudança de calendários escolares para que os japoneses tenham mais tempo de viajar dentro do país.
- outro aspecto que me chama atenção é a sensibilidade para as viagens internacionais, ainda que a balança comercial do Japão, neste quesito, seja deficitária (assim como a nossa). Eles entendem que o japonês viajar ao exterior tem uma série de benefícios para além do econômico, e indicam que isso permite a educação e a ampliação da cultura do seu povo.
- há indicativos de ações que perpassam legislações. Entre elas, eles pretendem ampliar a permissão para que grupos chineses levem seus próprios guias para o Japão, entendendo que este é um mercado estratégico e com suas especificidades. E que interessa ser atraído em função da proximidade, da disposição a pagar que eles apresentam e do possível volume que representam.
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